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Contrastes e confrontos de uma realidade que se perpetua

Contrastes e confrontos de uma realidade que se perpetua

Sinopse

Claudio Novaes (Prof. da UEFS/Coord. do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários-Progel) Débora Gouveia faz um mapeamento das oposições clássicas entre patrão e serviçal e entre o campo e a cidade, deslocando a lógica hierarquizante destes termos para o campo simbólico, como na expansão do conceito de sertão, que promove uma leitura desterritorializada das obras na qual estes personagens são identidades e alteridades, ao mesmo tempo. Assim a pesquisadora constrói uma tessitura de entrelaçamento possível entre os escritores e entre as obras, mas também demarca as singularidades discursivas de um viés político que marca as aproximações dos dois romances com a literatura de denúncia, no sentido que Antonio Candido atribui ao neorrealismo do século XX, como vertente suplementar aos temas sociais apresentados pelo realismo naturalista do século XIX. A tese de Débora Gouveia leva o leitor a passear pela tradição do romance social brasileiro que se posicionou ideologicamente, após o Romance de 1930, e que também se irrompeu como uma revolução estética na prosa literária nacional. Para além de uma apresentação panorâmica do corpus literário que compõe a tradição regionalista, o estudo de Débora possibilita ao leitor uma leitura renovada de um escritor canônico da literatura brasileira, assim como, por contraste leva o leitor ao descobrimento de uma grande obra literária nacional, porém de um escritor epígono e menos conhecido das novas gerações.