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Das Vanguardas à Tropicália: Modernidade Artística e Música Popular

Das Vanguardas à Tropicália: Modernidade Artística e Música Popular

Sinopse

A Tropicália é um movimento que não carece de reconhecimento e popularidade. Seu aspecto antidualista, herdado da antropofagia oswaldiana, estabeleceu-se quase como um paradigma dentro da cultura brasileira. No entanto a hegemonia da Tropicália enquanto modelo de interpretação e produção cultural pode dissimular o aspecto disruptivo que marcou o seu surgimento na segunda metade da década de 1960. A possível diluição póstuma do ideário tropicalista é um tema pertinente que, certamente, ainda carece de estudos aprofundados. No entanto este livro propõe-se ao oposto: explicitar a relevância da Tropicália em seu momento de eclosão enquanto movimento original que se insere no fluxo da modernidade artística, ou seja, abordar sua importância enquanto gesto que buscou responder, em termos nacionais, a questões que permeavam o desenrolar da arte em um âmbito global, tendo em mente as características que distinguem a arte moderna de outros períodos da história da arte. Para isso, partiremos de uma linha que começa no Pré-Romantismo alemão e vai até as neovanguardas da segunda metade do século XX, em que se insere o tropicalismo. Esse sobrevoo busca esmiuçar alguns elementos essenciais que definem aquilo que se entende genericamente como arte moderna, ou, mais especificamente, seus levantes conhecidos como vanguardistas. Tal abordagem tem como referência dois eixos básicos: o primeiro remete à temporalidade própria da vanguarda, orientada pela ideia de ruptura ou releitura da tradição; o segundo diz respeito à interface entre estética e política que permeou o ideário dos levantes vanguardistas, denotando um crescimento de expectativas a respeito do potencial socialmente transformador da arte e operando uma mudança nos protocolos construtivos das obras. A importância da Tropicália remete a questões bastante complexas dentro da cultura brasileira. O movimento reelaborou não só alguns temas que permeavam o debate cultural desde o Modernismo como também questões pontuais que urgiam no panorama social e político da década de 1960, prenunciando aquilo que se poderia chamar de uma fase pós-moderna da arte. As relações entre cultura nacional e estrangeira, tradição e modernidade e obra de arte e mercado atravessam a produção tropicalista, convidando a uma reflexão muito pertinente a respeito das afinidades entre forma artística e sociedade e, principalmente, da possibilidade de uma contribuição original da arte e da cultura brasileira ao mundo.