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Irmandades negras

Irmandades negras

Sinopse

O trabalho de Karla Leandro Rascke nos traz, por meio do estudo das festas, procissões e celebração da morte na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, formas de organização, espaços de sociabilidade, modos de celebrar a vida e a morte de populações de origem africana, entre a Abolição da Escravatura e a destruição do último grande reduto africano oitocentista, o bairro da Figueira, na zona portuária da velha Desterro, agora Florianópolis (1940). [...] Sem a pretensão de guiar o leitor pelos caminhos deste texto sensível, quero apenas deixar aqui o meu agradecimento a esta gentil historiadora, companheira de tantas vitórias e um sem número de sofrimentos. Em suas mãos, a memória de nossos mortos ganha um valor incrível, suas lutas e artimanhas de sobrevivência ganham a dimensão de embates, confrontos contra a sanha, ora modernizadora, ora romanizadora, ora racista, sempre colonialista. Em suas letras, africanos e seus descendentes emergem como sujeitos, atores do seu próprio tempo. Paulino de Jesus Francisco Cardoso Enquanto locais de culturas negras, as Irmandades atribuíram visibilidade a ações organizativas de grupos negros na contramão da sociedade colonial escravagista, desde seus primórdios, e viabilizaram meios de preservar discreta e dissimuladamente solidariedades na diáspora, sustentando redes de contato e comunicações, como ajuda mútua entre seus membros. Manter encontros entre escravizados fora alcance de seus senhores, abrindo espaços religiosos susceptíveis a mesclas de traços litúrgicos, a Igreja Católica assegurou viveres em condições traumáticas da vida colonial e do Império. Maria Antonieta Antonacci