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Tintas do bisturi

Tintas do bisturi

Sinopse

"Há a orelha de abano, a orelha elefantina do Papa João XXIII, a orelha de Catherine Hepburn e a de Leila Diniz; mulher mais de dizer do que de ouvir – de por a barriga em biquíni na avançada gravidez; Isabel Allende, nos diz por seu turno: "As mulheres gostam que lhe digam palavras de amor. O ponto G está nos ouvidos. Inútil procurá-lo em outro lugar." Orelha assim nada mais é do que um uma forma, enquanto o ouvido capta o que é mais profundo. Cazuza escreveu "Que só eu podia/ Dentro da tua orelha fria/ Dizer segredos de liquidificador". Orelha-ouvido então para quem é poeta não tem apenas uma de cada lado do rosto; cada uma é mais que uma orelha-ouvido, porque para muita gente orelha é só orelha (um ornato, às vezes com brincos) e o ouvido é para as dores de ouvido, isto é, dois lugares comuns fora das páginas de um livro, cuja capa assim fica protegida por um conteúdo virado para o interior da primeira e da última pagina. Isabel de Allende mistura a orelha-ouvido com dizeres ternos e ponto G. O melhor poema de um livro também é semelhante a esse ponto. Sim o bom poema é um êxtase – encantamento! Em Tintas do bisturi não há um poema orelha, mas há o encantamento-êxtase capaz de ser enxergado na leitura labial do acontecimento inevitável no leitor, mesmo em tom baixo, para si mesmo e sua orelha-ouvido de ler a poesia bem escrita."