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Trabalho, Gestão em Rede e Pessoas com Deficiência:

Trabalho, Gestão em Rede e Pessoas com Deficiência:

Sinopse

A contribuição deste estudo destaca a riqueza de fóruns voltados para a defesa dos direitos humanos de populações vulnerabilizadas, como o caso das Pessoas com Deficiência (PCD), compostos pela diversidade de seus componentes e a sua característica intersetorial e dialógica. O campo de gestão social ou de gestão do desenvolvimento social apresenta-se como uma grande possibilidade, um reflexo das práticas e do multiconhecimento construído por múltiplas disciplinas, delineando-se uma proposta multiparadigmática, de natureza interdisciplinar. Esta obra analisou um fórum participativo e intersetorial que se organizava em rede com o objetivo de promover processos em defesa da garantia de direito ao trabalho, pautada na política afirmativa de cumprimento da Lei de Cotas, referente ao emprego de PCDs no mercado de trabalho. O campo do estudo realizado deu-se no Fórum Pró-Trabalho das Pessoas com Deficiência e Reabilitadas (FPT), com atuação na região metropolitana de Belo Horizonte, indicando possibilidades e limites de sua atuação no contexto da inserção produtiva das PCDs. Utilizou-se de abordagem qualitativa, realizando observação participante, análise documental do regimento e das atas (de 2008 a 2010), por meio do software Atlas TI, e entrevista semiestruturada com seis participantes e um egresso do fórum. A literatura analisada indicou que há uma tendência a se enfatizar o aspecto quantitativo em detrimento da qualidade do tipo de inserção produtiva realizada. No âmbito da gestão social do FPT, verificou-se que o segmento governamental ocupa maior participação nos debates, conforme registrado nas atas analisadas. Por sua vez, os representantes das empresas apresentaram menor participação, dedicando-se mais a colher informações úteis ao cumprimento da Lei de Cotas. E, curiosamente, as PCDs demonstraram baixo nível de interlocução na tessitura das propostas a serem encaminhadas. Além disso, percebeu-se que o FPT não realizava processos de monitoramento e avaliação quanto ao tipo de inserção produtiva realizada; o cenário observado sugeriu que ainda prevaleciam práticas que podiam ser classificadas como procedimentos de inclusão marginal, e que a atuação do FPT não se orientava pela concepção de "inclusão produtiva".