Categorias Ver Todas >

Audiolivros Ver Todos >

E-books Ver Todos >

Alfabetismo e letramento no Brasil

Alfabetismo e letramento no Brasil

Sinopse

Em 2001, a Ação Educativa e o Instituto Paulo Montenegro, duas organizações da sociedade civil que atuam na promoção do direito à educação, criaram o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). O objetivo era produzir informações inéditas no Brasil que servissem para fomentar e qualificar o debate público sobre a qualidade da educação no país. O Inaf tem como pressuposto que as habilidades de ler, escrever e operar com informações quantitativas é um importante legado da educação escolar para as pessoas, capacitando-as para uma inserção autônoma na sociedade letrada, ampliando sua capacidade de seguir aprendendo e se desenvolvendo ao longo de toda a vida. Entre 2001 e 2011, foram realizadas oito edições do Inaf, permitindo reunir uma imensa quantidade de informações acerca do nível de alfabetismo dos brasileiros levando em conta variáveis como raça, gênero, práticas de leitura, renda e escolaridade, entre outras. Todas estas foram organizadas e transformadas em um banco de dados que foi disponibilizado para pesquisadores. Em 2012, A Ação Educativa, o Instituto Paulo Montenegro e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) se juntaram para organizar o seminário Inaf 2001-2011: perspectivas e visões do alfabetismo no Brasil, que seria o ponto de partida para a criação desta publicação. Vários pesquisadores foram convidados a fazer uso do banco de dados desses 10 anos de pesquisa e propor análises que pudessem trazer novas leituras e hipóteses interpretativas acerca do tema do letramento e do alfabetismo no Brasil. Assim, o livro Alfabetismo e Letramento é o resultado da reflexão e análise de um conjunto de especialistas de diferentes áreas do conhecimento que traçam um panorama da evolução dos níveis de alfabetismo na década. Alguns artigos vão se debruçar sobre as análises estatísticas e aspectos metodológicos do Inaf, enquanto outros vão estabelecer diálogo com a educação de jovens e adultos e discutir práticas de leitura dos brasileiros. As várias análises construídas com base nos 10 anos do Inaf são também um potente instrumento para colocar em debate e tornar mais complexa a visão sobre o que denominamos analfabeto ou analfabeto funcional em um mundo em que a cultura letrada se tornou central para que o cidadão possa ser, de fato, um sujeito de direitos. Já nos anos 1990, o desenvolvimento do conceito de alfabetismo teve como perspectiva buscar um novo olhar para o tema do analfabetismo para a educação de adultos. Entre aqueles que podem ser considerados analfabetos absolutos ou aqueles que são classificados como nível pleno de alfabetismo, existe um grande número de matizes. Quando se vai além da chave binária alfabetizado/analfabeto, pode-se compreender alguns dos determinantes que contribuem para que esse sujeito tenha um certo nível de alfabetismo, sendo possível também começar a pensar na formulação de novas políticas educacionais que alavanquem esses sujeitos. Roberto Catelli Jr.