Um arcanjo que, ao ver-se em dissonância com as ordens recebidas do Pai, empreende sinistra trajetória em busca do controle do próprio destino e do que ele acredita ser uma reforma universal de práticas consideradas injustas, o que tem início quando é enviado junto aos irmãos para destruir as cidades de Sodoma e Gomorra. Em sua missão nas terras condenadas, entra em contato com deuses esquecidos e renegados que lhe prometem o que ele mais deseja com uma condição: a Tapeçaria do Destino, instrumento viabilizador de seu intento só lhe será entregue quando encontrar uma mortal e dela gerar um filho, amálgama de dois mundos distintos e que terá poder suficiente para coordenar alterações nas tramas de vidas. O livro apresenta inúmeras transições de tempos e realidades, enquanto o protagonista parte em busca da mulher que perde, sucessivamente, até que por fim encontra-a, tornando-se mortal e percebendo que, talvez , esta seja a melhor forma de efetuar mudanças significativas na humanidade. O enredo é totalmente oscilante e não obedece ordem cronológica propositalmente, em um determinado momento da trama, para trazer, mesclado à história contada, uma discussão recente e em aberto, usando o protagonista como metáfora do próprio ser humano e sua busca em tomar as rédeas da própria vida, mesmo que por pouco tempo. Durante todo seu percurso, desde arcanjo voltado à uma função específica e autômata até chegar a ser feiticeiro mortal, gestor de uma Casa de Cultura para reinserção de egressos do sistema prisional na sociedade há uma alternância entre livre e determinado e quem, de fato está movendo os fios de sua vida. Ele mesmo?