Este dicionário é o resultado de uma longa, cuidadosa e – believe it or not – prazerosa pesquisa sobre algumas das palavras escritas em textos em inglês, que podem confundir o leitor quanto ao seu real significado.
A seleção dos “false friends” é subjetiva, reflete a opinião dos autores e não pretende ser completa; certamente, outros autores teriam outras preferências quanto à seleção dessas palavras enganosas. Entretanto, os 365 “false friends”– one for each day of the year – por suas peculiaridades fazem jus à seleção, e o número dessas palavrinhas enganosas já está “de bom tamanho” para uma obra deste porte.
Uma das principais características da obra é o trato popular da língua, ou seja, ela não busca se sustentar em amplas referências teóricas ou visões técnicas de especialistas acadêmicos. Pelo contrário, a obra sai da rua para entrar no livro, do cotidiano para a escrita, do uso ao registro, baseada no conceito de que o movimento da língua oral é o motor da sua dinâmica e não o rebuscamento teórico supostamente necessário para uma língua ser viva e pulsante. Entretanto, isso não significa que a obra não tenha rigor. Ao contrário, ela é bastante rigorosa e específica na abordagem e exploração dos false friends.
O mais curioso da obra e seu maior mérito é que, ao entrar em contato com um verbete que se domina em português – mesmo em inglês – acaba-se por ampliar as possibilidades de uso, em duas línguas, de palavras que sempre achamos que tivessem seu significado limitado. Ao ver como uma pequena palavra pode se desdobrar em tantos significados, principalmente quando o seu uso como verbo, substantivo ou adjetivo altera significativamente seu significado é absolutamente espantoso e encantador. Este dicionário, mais do que uma obra fechada, é um convite a um jogo, uma oferta de coparticipação, uma gentileza do autor ao leitor. E isso não é pouco.
Na praticidade e simplicidade com que foi escrita esta obra está o seu maior trunfo: é nela que o Dicionário e prática de false friends é capaz de atingir um grande público e servir de referência para estudiosos, estudantes, viajantes e curiosos. Um livro que apenas suscita, instiga, começa, pois a curiosidade que ele desperta não tem limites. Ao fim, sempre se pede mais. E sendo as línguas como são, sempre haverá muito mais a explorar."