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Dilemas da revolução brasileira: democracia contra demofobia

Dilemas da revolução brasileira: democracia contra demofobia

Sinopse

Dilemas da Revolução Brasileira foi descrito pelo professor Cesar Guimarães como um "marxismo bem temperado". Essa expressão remete a um movimento de "fuga" presente no livro, em que o autor mobiliza as ideias de pensadores não marxistas, como Robert Castel, Norberto Bobbio, Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, para um encontro com as ideias de autores propriamente marxistas, como Antonio Gramsci, Wolfgang Streeck, David Harvey, Slavoj Žižek, além dos próprios Karl Marx e Friedrich Engels. Ao final desse movimento, temos uma arguta crítica à demofobia, ao racismo e ao "racismo de classe" presentes no que Englander define como paradigma liberal. A partir dessa crítica, são identificados limites estruturais da união entre capitalismo e democracia. Na perspectiva deste livro, não é a mera vigência das instituições da democracia liberal que define a existência da democracia, mas a capacidade política e econômica de incorporar as demandas democráticas provenientes das classes e grupos subalternizados. Desse modo, sobretudo em contextos de capitalismo dependente, a construção da democracia pode (e talvez precise) assumir formas alternativas ao liberalismo. Esse "marxismo bem temperado" serve como base teórica para a análise histórico-sociológica das lutas de classes no Brasil da República de 1946 (1946-1964), período em que vigorou uma democracia restrita, com características elitistas e demofóbicas. O PCB, como era comum entre os partidos influenciados pela III Internacional, acreditava que seria necessária a etapa da revolução democrático-burguesa, que criaria as condições para uma futura transição ao socialismo. Contudo, as tarefas democráticas que os comunistas tentaram promover entre 1946 e 1964 sempre foram rechaçadas pelas diferentes frações da burguesia brasileira. Assim, foi a partir dos pontos de ruptura com a concepção da "revolução democrático-burguesa" que surgiram os dilemas teóricos e práticos da construção da revolução brasileira, tais como: "qual é o sujeito da revolução democrática?" e "qual é a relação entre a revolução democrática e a revolução socialista?". Nas páginas que seguem, investigam-se esses dilemas a partir da análise da teoria e da prática do PCB e dos textos de Nelson Werneck Sodré, Caio Prado Júnior, Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto e Florestan Fernandes. Neste livro são abordadas questões que continuam muito atuais.