Categorias Ver Todas >

Audiolivros Ver Todos >

E-books Ver Todos >

Melhores contos Ignácio de Loyola Brandão

Melhores contos Ignácio de Loyola Brandão

Sinopse

Romancista de sucesso internacional, Ignácio de Loyola Brandão é também um cultor exímio do conto. Essas histórias curtas - escritas em linguagem coloquial, sem complicações de estilo ou termos raros, de comunicação imediata com o leitor - complementam a sua visão da sociedade contemporânea, expressa através dos romances. Mudam os gêneros, permanece a mesma inquietação do autor, a insatisfação com certos aspectos da realidade, a rebeldia ante os poderosos, o incômodo com a situação caótica da cidade (no caso, São Paulo), mas também a simpatia (por vezes com um fundo de crueldade, um jogo sadomasoquista com a personagem) pelos sonhadores frustrados, quase sempre inofensivos, como no sarcástico" 45 Encontros com a Estrela Vera Fischer".Simpatia e sarcasmo se aguçam ainda mais quando trata do sonhador erótico que às mulheres de carne e osso prefere as mulheres irresistíveis das revistas pornográficas ("Anúncios Eróticos"). A fantasia mais forte do que a realidade. A fantasia superando a realidade pode ser uma simples opção erótica, mas, em dimensões artísticas, significa o ingresso no fantástico, tão da preferência do escritor. Vejam-se os contos "O Homem que viu o Lagarto Comer seu Filho" e "O Homem cuja Orelha Cresceu". Apólogos sem véu de alegoria de uma civilização em agonia? Ou de um país em crise? Talvez. Mas o autor sabe que a realidade, muitas vezes, pode ser mais fantástica, ou pelo menos mais contundente do que a imaginação. E muito mais cruel, como no "Retrato do Jovem Brigador".Seja como for, a ficção de Inácio de Loyola traduz a realidade do homem brasileiro e a situação conflituosa da sociedade atual, a carência de valores, a imposição da violência, o desmoronamento das crenças, o vazio existencial, mas também a persistência dos sonhos com o futuro. Ainda restam algumas esperanças.

Autor

Jornalista e escritor, Brandão publicou dezenas de livros, entre romances, contos, crônicas e viagens, além de ter participado de várias antologias. Nasceu em Araraquara (SP), em 31 de julho de 1936. Filho de um ferroviário, tornou-se crítico de cinema aos 16 anos, quando soube que crítico não pagava entrada em cinema. Assim enveredou pelo jornalismo. Em 1957, mudou-se para São Paulo e foi trabalhar no jornal Última Hora como repórter. Estreou com um livro de contos sobre a noite paulistana, Depois do Sol. Seu primeiro romance, Bebel que a Cidade Comeu, foi publicado em 1968. Em 1974, foi lançado na Itália o romance Zero, sua obra mais conhecida. Editado no Brasil no ano seguinte, o livro foi proibido em 1976 pelo Ministério da Justiça do governo Geisel. A obra só seria liberada em 1979. Em 1993, iniciou colaboração semanal no jornal O Estado de S.Paulo. Em 1996, submeteu-se a uma cirurgia para a retirada de um aneurisma cerebral e registrou a experiência no livro Veia Bailarina, em 1997. Tendo como cenário a ditadura militar e o exílio, sua obra romanesca faz uma crítica amarga da sociedade brasileira, mas também fala de amor e solidão. Em julho de 2001, por ocasião de seu aniversário, foi homenageado pelo Instituto Moreira Salles, com a publicação de sua vida e obra no volume 11 da série Cadernos de Literatura Brasileira. Em suas crônicas, são frequentes as referências à infância em Araraquara, aos colegas de geração e ao cotidiano da cidade de São Paulo.