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O Caminho da Revolução Brasileira

O Caminho da Revolução Brasileira

Sinopse

O livro que o leitor tem em mãos veio a público pela primeira vez em novembro de 1962, momento em que o governo reformista de João Goulart articulava projetos de limitação de remessa de lucros para o exterior, amparado por uma força de massa que vinha de movimentos grevistas operários, camponeses e estudantis. Tempos importantes, tempos candentes. Seu autor, Antonio Alberto de Moniz Bandeira (1935-2017), baiano de Salvador, captou a essência das lutas sociais no Brasil naquele momento efervescente e procurou indicar O caminho da revolução brasileira.
E por que republicá-lo justo agora? Esgotado em todas as suas edições, trazer novamente  este livro à escassa luz editorial do país, quase 60 anos depois, significa um resgate fundamental do nacionalismo revolucionário, especialmente para demonstrar às gerações contemporâneas a atualidade do caráter da revolução brasileira: a transição socialista direta que não tergiversa com defesas inócuas de uma democracia descaracterizada de sua radicalidade de classe, oportunisticamente chamada de democracia “como valor universal”.
Ora, em tempos de defesa de frentes democráticas tão amplas quanto falsamente eficazes na luta contra as classes dominantes que realmente dirigem este país, recuperar um autor e seu livro, pode significar um instrumento mais que valoroso na luta ideológica lancinante que Engels tanto insistiu em caracterizar como “um momento essencial da luta de classes”.
O nacionalismo revolucionário é quase um desconhecido no Brasil, equivocadamente desprezado pela esquerda em geral e até mesmo por setores da esquerda revolucionária, uns e outros demonstrando recalcitrante dificuldade em enxergar a relação dialética entre a dimensão nacional da luta de classes e a dimensão internacional, e necessária, da revolução proletária.
Liquidar a sociedade dividida em classes é o objetivo do autor baiano. Ele ataca neste livro a “acomodação reformista”, mostrando que os movimentos de emancipação nacional deviam coincidir com a revolução operária e camponesa. Diante disso, o que dizer hoje de um país que permanece sob a lógica de um capitalismo subdesenvolvido e dependente? Acaso superamos a superexploração da força de trabalho no país?
O oásis destas páginas nos traz, no mínimo, forte inspiração para jamais desistir de propor as rupturas político e econômicas que este momento do país e do mundo exige. Claro está que trará muito mais que inspiração, dado que indica caminhos concretos e historicamente alcançáveis.
Como é raro em publicações contemporâneas autores que valorizem a vanguarda operária e a devida defesa de sua independência de classe, em movimentos estratégicos e táticos, este livro é leitura obrigatória para aqueles que procuram por uma alternativa concreta de ruptura com o sistema político e econômico vigente: o capitalismo e sua lógica de acumulação.
Ademais de atual, o livro traz o pulso histórico da situação de outras revoluções em construção na América Latina e outras regiões do mundo naquele momento. Mas isso é um aspecto que deixo aqui apenas indicado para aguçar ainda mais a curiosidade do leitor na mais que oportuna reedição desta obra. Parabéns a todos que se empenharam na difícil recuperação de um texto que volta a trazer solo fértil para a atuação da esquerda hoje, aquela que constrói o caminho da Revolução Brasileira. Angélica Lovatto – Professora de Ciência Política, UNESP-Marília.