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"O CTG Tiarayu é a nossa casa"

Sinopse

Minha relação com o tradicionalismo sulista aconteceu por forte influência da minha mãe, Eva, curiosamente nordestina. Em casa, através da transmissão oral, aprendi sobre a indumentária, o hino rio-grandense, as lendas. No espaço da casa, tive o primeiro contato com o "modo gaúcho de ser". Apesar disso, entendi o quanto o tradicionalismo é extremamente sofisticado e repleto de nuances. Quando iniciei o processo investigativo com duração de três anos no CTG Tiarayú, meu principal objetivo era entender a forma como o Movimento acolhia ou resistia ao fenômeno do turismo. À medida que fui adentrando no seio da Entidade, fui totalmente capturada pela dança tradicionalista. Ela é a "menina dos olhos" dos grupos de maior proeminência. Tudo orbita ao redor dela e do Encontro de Artes e Tradição (ENART). Posteriormente, em um segundo momento, com um olhar investigativo mais apurado, decidi debater sobre a necessidade do uso de práticas voltadas para o letramento racial, tendo como palco os CTGs. Iniciei esta obra propondo ao leitor uma reflexão sobre a necessidade de repensarmos a prática tradicionalista, criando novas narrativas sobre raça. Demonstro como, historicamente, as categorias de raça/pigmentação foram um mecanismo de inferiorização pedagógico-institucional utilizado pelo Ocidente. Mas é justamente por estar ancorado na lógica afro-semita, metodologicamente, de transmissão geracional, garantindo sua perpetuidade, que o tradicionalismo transforma-se em um fenômeno social.