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O terrível flagelo da humanidade

O terrível flagelo da humanidade

Sinopse

No livro "O terrível flagelo da humanidade: discursos médico-higienistas no combate à sífilis na Paraíba (1921-1940)", Rafael Nóbrega problematiza com brilhantismo os enunciados médicos sobre a doença, dando especial atenção às práticas educativas tecidas a partir da preocupação com o cuidado da higiene corporal e, principalmente, sexual. A análise do discurso, de inspiração foucaultiana, é utilizada como metodologia, o que possibilitou ao autor problematizar os interesses e as relações de poder que produziram enunciados sobre a doença na Paraíba.Ao discutir como os discursos sobre a doença na Paraíba foram elaborados, Rafael se apropria dos sentidos e sensibilidades presentes nas fontes e produz novos significados para a sífilis e para os sifilíticos ao estabelecer interpretações dos acontecimentos. Romper com as antigas leituras que o homem da sociedade escravista fazia do corpo, do sexo, do trabalho e da moral não se constituía em uma "destruição" da tradição, mas na desqualificação de determinados hábitos tradicionais que a ciência sexual e a ciência médica instituíram, no século XX, como degenerativos à família e ao contexto modernos, limpando as novas gerações das influências mórbidas, como a sífilis, que era legitimada pelos pais da elite do engenho como uma marca de virilidade. O discurso eugênico deslegitimaria essa doença como signo de potência viril e, em nome do corpo atlético, saudável e musculoso, legitimaria os esportes como formadores do corpo enrijecido. Esse é um livro de vital importância para a historiografia da saúde e das doenças, seja em nível local ou nacional.