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Produção do Espaço, Segregação Socioespacial e Mobilidade na Metrópole

Produção do Espaço, Segregação Socioespacial e Mobilidade na Metrópole

Sinopse

A mobilidade inerente ao urbano não ocorre em igualdade de condições para todos os habitantes de uma cidade. Tal fato está relacionado ao processo de produção/apropriação do espaço urbano contemporâneo, que é reflexo e condicionante social e enseja, por consequência, desigualdades socioespaciais diversas. Pode-se mencionar, como exemplo, a segregação espacial induzida da população de baixo poder aquisitivo em áreas periféricas das cidades como produto desse processo de (re)produção e apropriação do e no espaço urbano. De modo geral, as periferias das grandes cidades brasileiras, entre estas as cearenses, caracterizam-se pelo provimento inadequado às pessoas que as habitam de serviços essenciais, como saúde, educação, lazer, entre outros, ensejando, por consequência, maior necessidade do exercício de mobilidade para suprir carências que, em geral, não são atendidas nos bairros nos quais essas pessoas residem, logo, a mobilidade, que deveria ser sinônimo de urbanidade, passa a ser compulsória. Em Fortaleza, a urbanização periférica se fez sentir com maior intensidade na década de 1970, com a multiplicação de bairros cada vez mais longínquos, que passaram a abrigar uma população oriunda do litoral e do interior do Estado que afluía às cidades na ânsia de lograr melhores condições de vida, haja vista a estrutura fundiária concentrada e os problemas relacionados a longos períodos de estiagem. Não obstante a necessidade crescente de deslocar-se para suprir necessidades, a segregação socioespacial torna-se um agravante, uma vez que essa população tem seu acesso ao serviço de transporte público coletivo de maneira limitada, seja pelas altas tarifas incompatíveis com a renda da maior parte da população, seja por sua provisão inadequada, restando-lhes, assim, criar alternativas para exercer o direito de ir e vir. Esta obra buscou apreender a dinâmica urbana de Fortaleza com base na mobilidade cotidiana, tendo como objeto específico de análise a periferia sudoeste da cidade, ou, mais precisamente, a população que mora no bairro Bom Jardim.