O homem é um mundo a ser percorrido e nele habitam sonhos e pesadelos revelados ao longo dessa viagem. Assim, quando não houver luz no caminho, será preciso buscá-la na fonte, criar um novo trajeto e se reinventar. Reinventando o meu mundo traz em destaque um narrador e a personagem Sophie, cujos questionamentos sobre viver na adversidade e desviar dos abismos são traduzidos em indagações que lhes ocupam os dias e as noites: Haverá outro caminho? Como encontrá-lo? Existirá luz nesse lugar? É possível acreditar novamente? Aos poucos, o leitor se dá conta da relação simbiótica, quase hospedeira, vivida pelos protagonistas, que se deslocam continuamente um em direção ao outro, desnudando afinidades e dessemelhanças, agonia e êxtase, desesperança e fé. Mas é preciso destacar duas características que conferem leveza e empatia a um texto tão denso em suas reflexões: o reconhecimento do Sagrado, que alimenta e encoraja os personagens, e o senso de humor, que lhes possibilita rir dos próprios monstros e se tornarem maiores do que qualquer medo ou derrota momentânea. Reinventando o meu mundo, antes de tudo, trata da reconstrução do indivíduo através do espelho que também reflete o outro, sem a obrigação de identificar quem vê e quem é visto, quem nutre e quem é nutrido. Um corajoso mergulho em si mesmo para reencontrar a disponibilidade do amor, da empatia, da fé e da vontade de viver.