Este ensaio discute a qualidade do ensino no Brasil e seus possíveis reflexos no mercado de trabalho na década de 90 do século passado, período em que as transformações pelas quais o país passou incluíram a busca pela adaptação de sua economia às formas de produtividade e eficiência irradiadas e ostentadas no contexto da globalização. Como, ao final do período, não se verificaram, no entanto, melhorias na renda dos salários, apesar da evolução dos indicadores de educação, estariam então presentes fatores de outra natureza impedindo a comprovação da teoria do capital humano, que associa diretamente nível educacional e renda salarial. Teria então a expansão dos indicadores educacionais ocorrido somente em termos quantitativos, não se fazendo acompanhar, ou mesmo à custa, da piora da qualidade do ensino, historicamente já precária no Brasil? É a questão sobre a qual procuramos nos debruçar.