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"Sou Fundadeira Dessa Cidade": Um Estudo de Empoderamento Feminino na Cidade Moderna a Partir da Religião Umbandista

Sinopse

Dona Dulce morreu em 2015, aos 84 anos. Era baiana, de Andaraí, mas foi ainda menina para o Mato Grosso, com a família, para trabalhar no garimpo de diamante, na cidade de Tesouro. Chamada de "Caboclinha", lá se casou e teve seus filhos. Desde muito cedo apresentou clarividência, apontando para outra forma de olhar e se relacionar com a vida. Na década de 1970, veio para Goiânia e, junto ao marido, dedicou-se ao comércio de armarinhos. Eles conseguiram comprar um lote no Setor Garavelo e foram uns dos primeiros moradores no novo bairro. Ela ficou conhecida por suas premonições e por suas revelações. Muitas pessoas a procuravam para uma consulta. Ela começou a atender em sua casa, com um jogo de baralho comum. A fila cresceu e o marido se aborreceu com tantas pessoas tirando sua privacidade. Ela resolveu, então, alugar uma casa na Vila Lucy e lá montou seu Centro de Umbanda. Ao lado de dona Josefina, desenvolveu novos médiuns, deu palestras, atendeu às necessidades das pessoas, desfez trabalhos de desobsessão, curou moléstias de doentes e distribuiu cestas básicas e roupas para as pessoas necessitadas. O marido morreu com mais de 90 anos sem saber que a esposa tinha um Centro de Umbanda. Estas e outras histórias fazem parte da história da cidade de Goiânia. São sujeitos ocultos na cidade, que construíram uma religião subterrânea, deixada no silêncio pela mídia. A história oficial da capital do estado também as desconhece. "Sou fundadeira dessa cidade": um estudo de empoderamento feminino na cidade moderna a partir da religião umbandista apresenta o estudo das histórias de vida e as experiências religiosas de mulheres comuns que se tornaram fundadoras e dirigentes de Centros de Umbanda em Goiânia e, dessa forma, colocaram-se na rota da história da cidade e na formação de seus bairros. A experiência religiosa acontece em contextos concretos e diversos, obedecendo às realidades sócio-políticas e econômicas, e também se dá na diversidade religiosa dessa religião que integra elementos do Catolicismo, do Espiritismo, da Pajelança e das tradições culturais afro-brasileiras.