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Suplemento Pernambuco #212

Suplemento Pernambuco #212

Sinopse

Se a Literatura é uma forma de conhecimento, a obra de Italo Calvino pode ser considerada um dos melhores exemplos. No mês do centenário do seu nascimento, dedicamos a ele um magnífico "ensaio" sob a forma de desenho, de Guazzelli, e um conjunto de textos que exploram, principalmente, um dos seus traços mais característicos: a "transfiguração da realidade". Expressão-síntese proposta por uma das suas melhores tradutoras: a espanhola Esther Benítez. Italo Calvino tinha apenas 62 anos de idade, quando morreu, às 3h30 da madrugada, em consequência de uma hemorragia cerebral. Poderia ser considerada uma das tantas ironias do Destino que um ataque cerebral haja sido a causa de cessar-se tão cedo a vida daquele autor genial cujo cérebro-mente-pensamento foi quase um segundo coração nele. A despeito da afirmação de Harald Weinrich (1927-2022): "Desde a juventude, as percepções do esquecimento próprio e alheio fazem parte das experiências elementares de toda pessoa, e são uma das pragas da senectude". É a senectude, ou uma de suas "pragas", a demência, e, em consequência, o esquecimento, o tema central do romance O inferno das repetições, que o escritor Sidney Rocha lança neste mês de outubro. Numa quase coincidência com um anúncio feito por cientistas em setembro. Eles conseguiram implantar cem mil neurônios humanos nos cérebros de ratos. O estudo, que está publicado na revista Science, significa um avanço na compreensão do Alzheimer e sinaliza rumos promissores para o seu tratamento. O inferno das repetições é destacado numa resenha literária e num artigo de espírito científico, em abordagem inovadora. Um personagem de romance é tomado como referência para ilustrar a experiência humana real do sofrimento quando se degrada a memória. Esta edição marca a estreia de um novo colunista: Ronaldo Correia de Brito, cuja obra também está norteada pela Memória e a Imaginação. Conscientes da gravidade e do humor a que ambas convidam, não podemos deixar de levar a sério a exortação do pássaro falante de T. S. Eliot (1888-1965): "a espécie humana não pode suportar tanta realidade".