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Tia Amélia – o piano e a vida incrível da compositora

Tia Amélia – o piano e a vida incrível da compositora

Sinopse

Não, Tia Amélia não era minha tia. Este era o nome de guerra de uma extraordinária pianista e mulher que, ao se reinventar para uma segunda carreira artística com mais de 60 anos, aumentava a idade para parecer mais velha! Como se precisasse disso para conquistar a televisão, o rádio, a imprensa e o público com seu assombroso piano. Quem mais seria capaz de fazer dos choros, valsas e baiões um estouro nos anos 1950 e 60, em plena época da bossa nova e do rock 'n' roll? Se Tia Amélia não era minha tia, poderia ter sido. Por um absurdo acaso, ela foi inquilina de minha tia no Flamengo, no Rio, e eu, aos dez anos, via-a ensaiar todos os dias no piano do apartamento. As paredes tremiam diante do seu punch ao teclado. Na verdade, Amélia Brandão era a tia de todos nós, que amávamos a música popular brasileira. E, também não, Jeanne de Castro não é minha prima ou sobrinha. Mas podia ser minha irmãzinha, no entusiasmo e euforia com que mergulha no passado e recria não só a vida de sua biografada, mas todo o universo que a cercava. Ruy Castro (texto de contracapa do livro) * * * A vida extraordinária da pianista e compositora pernambucana Amélia Brandão (1897-1983) é contada agora na biografia Tia Amélia – o piano e a vida incrível da compositora, da jornalista e produtora cultural Jeanne de Castro. O livro resgata a trajetória da artista e a coloca definitivamente na história da música brasileira. Nascida em Jaboatão dos Guararapes (PE), Tia Amélia fez sucesso em Recife e no Rio de Janeiro, realizando turnês pelo Brasil e pela América Latina, "espalhando seu carisma, talento e alegria mundo afora", como conta Jeanne. Famosa nos anos 1950 e 1960, quando adotou o nome artístico de Tia Amélia, a compositora, da mesma linhagem de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, gravou discos premiados e com êxito de vendas, além de ter por dez anos programas de TV semanais no Rio de Janeiro. O leitor poderá acompanhar os grandes feitos de Amélia Brandão e como ela conseguiu driblar o patriarcado, o etarismo e os desafios de ser artista, construindo uma bem-sucedida carreira e ganhando o respeito de seus contemporâneos, como Pixinguinha, Dorival Caymmi, Carmélia Alves, Maysa, Radamés Gnattali, Jacob do Bandolim, Chacrinha, Ary Barroso, Vinicius de Moraes. A autora entrevistou Julio Medaglia, Angela Ro Ro, Egberto Gismonti, Paulinho de Viola, Gilson Peranzzetta, Marco Aurélio Xavier, Luciana Rabello e Izaías Bueno de Almeida, entre outros artistas, que relatam a importância de Tia Amélia em suas vidas e na Música Brasileira. O projeto do livro foi selecionado em 1º lugar no edital #ProAC2022, na categoria Literatura Não Ficção, e é publicado agora pela Editora Tipografia Musical. MULHER E ARTISTA A vida de Tia Amélia foi marcada por sua imensa capacidade de saber o que queria: o piano e a música. Mulher brilhante, determinada e obstinada, rompeu com todas as expectativas de sua época, tendo uma carreira calcada em seu talento, inventividade e alegria e se arriscando muitas vezes. Saiu do engenho e foi com seus três filhos e seu piano para Recife, conquistando muitos espaços a partir de 1920, como na Rádio Club de Pernambuco. Gravou em 78 rotações, conseguiu realizar turnês com sua filha Silene Nery – duas mulheres ganhando os palcos do mundo nos anos de 1930 –, além de apresentar programas em rádio e, posteriormente, na TV nos anos 1950/60, como Velhas Estampas, na TV Rio, e Tia Amélia – Suas Histórias e Seu Piano Antigo, na TV Tupi do Rio de Janeiro. Tia Amélia afirmou, aos 83 anos, que se fosse dona de casa morreria de tédio. Inquieta e alegre conseguiu driblar as situações mais difíceis, burlando as imposições e se reinventando.