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Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: Serviços Ecossistêmicos Interações Bióticas e Paleoambientes

Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: Serviços Ecossistêmicos Interações Bióticas e Paleoambientes

Sinopse

As turfeiras são ecossistemas de transição entre ambientes terrestres e aquáticos, formados pela acumulação no tempo e no espaço de tecidos vegetais em condições de excessiva umidade, pouca disponibilidade de nutrientes, baixo pH e escassez de oxigênio, onde a matéria orgânica passa por processos de lenta humidificação. Os ecossistemas de turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional (SdEM), situada no estado de Minas Gerais, formaram-se pela combinação sui generis de fatores ambientais, lançando as bases de sua grande biodiversidade, endêmica e peculiar. Durante milhares de anos esses ecossistemas foram se desenvolvendo, preservando proxies para a reconstituição ambiental, sequestrando cada vez mais carbono e aumentando sua capacidade de armazenar água ("efeito esponja") e regular a vazão dos cursos d'água. Estudos de reconstituição ambiental levados a cabo nesses ecossistemas evidenciaram várias mudanças paleoclimáticas regionais nos últimos 35 mil anos. O estoque de carbono sequestrado é de 4.877.840 toneladas e 142.138.262 m3 de água estão armazenados em 14.288 ha dessas turfeiras. Esses ecossistemas constituem as cabeceiras de rios das mais importantes bacias do Leste brasileiro: as bacias do Rio São Francisco, Rio Jequitinhonha e Rio Doce e regulam suas vazões no período seco do ano. Contudo, as turfeiras localizadas fora de unidades de conservação estão ameaçadas pela antropização. O Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração "Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos e biodiversidade" – PELD TURF (CNPq e Fapemig), iniciado em 2021, intensificou a caracterização e o monitoramento da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos das turfeiras. Os resultados de duas décadas de pesquisa revelaram a importância desses ecossistemas para a biodiversidade, para o ciclo global do carbono, para os recursos hídricos regionais e para a reconstituição paleoambiental. Também ficou evidente que a rápida degradação desses ecossistemas, provocada principalmente pela antropização, pode comprometer irreversivelmente, no médio prazo, seus serviços ecossistêmicos, a biodiversidade e os estudos de reconstituição paleoambiental. Assim, é premente o empoderamento das comunidades locais e regionais acerca da importância dos ecossistemas de turfeiras tanto para o ambiente, para a socioeconomia e para a qualidade de vida de suas populações, como para o planeta.